sábado, 14 de agosto de 2010

Lavagem Cerebral?

    E cá estou eu para falar de um assunto que foi bastante recorrente na faculdade essa semana: O Lounge do Banco do Brasil. Para quem não sabe, deixe-me explicar: O BB construiu essa semana um Lounge para fazer propaganda de seu serviço de Conta Universitária dentro do campus do Gragoatá, na UFF. O que havia de mais nesse Lounge? Eles ofereciam serviço de acesso à internet, colocaram alguns games como Wii Sports e Rock Band, você poderia fazer uma caricatura sua com desenhistas profissionais, ouvir música, tirar fotos, customizar bolsas... E o melhor: Tudo de graça.
    Nem preciso dizer que o lugar se tornou o ponto de encontro dos alunos essa semana. Qualquer horário vago entre aulas ou durante a hora de almoço as pessoas simplesmente "brotavam" lá e ficavam aproveitando o espaço. Eu mesmo joguei várias partidas de tênis e boliche no Wii e fiquei apaixonado por aquele joguinho viciante. Saí de lá carregando uma caricatura minha em estilo HQ, logo depois de dar uma olhada no meu orkut em um dos notebooks disponíveis.
    Mas o que me levou a escrever esse post não foi o quanto eu aproveitei a estrutura do local e tampouco do quanto eu queria que fosse permanente e tivesse, além de tudo o que ofereciam, serviço de massagem. O interessante é que, pouco depois, eu estava pensando seriamente na possibilidade de fazer uma conta no referido banco.
    É o seguinte, eu já tenho uma conta universitária, à qual eu quase não uso. Eu não vi nenhum serviço ou pacote que realmente me chamasse a atenção. Não sabia as condições de fazer a conta, as taxas, tarifas, vantagens... nada. E ainda assim eu queria fazer a tal conta universitária. Por quê? A única possibilidade (sobretudo, óbvia) é que eles fizeram uma lavagem cerebral. ou, melhor dizendo, eles me compraram.
    E essa compra foi o que me fez parar para refletir hoje: Nós jovens somos tão facilmente compráveis assim? É só oferecer jogos, um espaço legal e música que nós obedecemos que nem cachorrinho? É uma questão a se pensar. Não estaríamos nós, a geração do amanhã, deixando-nos levar por coisas por demais supérfluas? É bom ou certo escolher um banco pela diversão que ele oferece sem sequer pensar ou saber de suas propostas?
    Eu estou aqui falando da escolha de um banco, mas poderia ser de um candidato, ainda mais estando em ano de eleição. Como fazer as escolhas certas? Eis uma pergunta difícil. E outra questão: Por que eles acham que podem nos comprar com esse tipo de coisa? Será que é porque somos facilmente compráveis? Sim e não. Nós somos compráveis, até certo ponto por coisas assim. Mas não somos os únicos. Quantos adultos ou pessoas mais velhas não são compradas pro coisas muito mais supérfluas?
    Acho que essa não é uma discussão apenas da juventude, mas de toda a sociedade. Até quando vamos nos deixar manipular por esse tipo de coisa?



    A propósito, eu não fiz a conta. Um bom sábado a todos, até outro dia.

4 comentários:

  1. Gostoi da temática do blog, sobre "nós! (nao sou mais tao novo assim, jovens. Obrigado por seguir meu blog, retribui a gentileza!

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  2. @flaaviosilva

    Obrigado pela retribuição de gentilezas. ;)
    Que bom que gostou, espero que goste dos próximos posts.

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  3. Gostei, bastante inteligente. Espero mais jogadas criativas como essa do Banco do Brasil e realmente concordo com isso. Eu realmente fiquei com vontade de fazer uma conta, embora eu já tenha uma e acredito piamente que havia mensagens subliminares nos jogos.

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  4. Uma abordagem critica interessante. Mas acho que não é algo de "nova geração". Sempre fomos manipulavéis em alguns aspectos, ate mesmo culturais. O tempo todo estão dizendo o que devemos comer e o que vestir, como agir e em quem é o vilão o heroi de um enredo. Basta nós termos este dicernimento e saber avaliar os prós e contras em todos os campos!
    Adorando seu Blog!!!

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